terça-feira, 5 de abril de 2011

Aspirações individuais em harmonia com os objetivos da nação

O texto abaixo foi uma sugestão do presidente Nacional do PL,
Dr. Cleovan Siqueira onde ele sugere que sua leitura com certeza
enriquecerá muito os companheiros e simpatizantes de nosso partido:


      Aspirações individuais em harmonia
 com os objetivos da nação

Felicidade Interna Bruta pretende complementar o PIB. Novo índice será implantado em Goiânia, em projeto piloto em 2011

Angélica Queiroz

Na última década, um número cada vez maior de cientistas tem se dedicado a decifrar os segredos da felicidade. Um novo conceito, chamado de “ciência da hedônica”, denota a pesquisa científica acerca das fontes da felicidade humana. Esses estudos concluíram que o dinheiro só traz mais felicidade até certo ponto. Depois de certo nível de riqueza, mais sucesso material não traz mais satisfação. O que passa a importar são os chamados “fatores não materiais”, como companheirismo, convivência familiar, relacionamentos amorosos, entre outros. “Nós, seres humanos, temos fome não apenas de alimento para o corpo, mas também para a alma”, resume a coordenadora do índice Felicidade Interna Bruta (FIB) no Brasil, Susan Andrews.

O novo índice – O FIB é um indicador sistêmico desenvolvido no Butão, um pequeno país do Himalaia, em 1972. Ele é baseado na premissa de que o objetivo principal de uma sociedade não deve restringir-se ao desenvolvimento econômico, deve contemplar também o bem-estar e a felicidade da população. Desde sua criação, o conceito foi adotado pelas Nações Unidas e uma série de projetos têm sido patrocinados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e apoiado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico na Europa com a intenção de implementar o FIB no Butão e disseminá-lo pelo mundo. Hoje, depois de cinco conferências internacionais sobre o FIB, o índice tem atraído uma atenção mundial. “O interesse pelo FIB está crescendo à medida que mais países estão buscando melhores meios para se medir o progresso social”, explicou Susan Andrews. Além do Butão, o FIB já está sendo aplicado em vários países, entre eles, Japão, EUA, França, Reino Unido, Canadá, Tailândia e Brasil. Susan Andrews explicou que o FIB é resultado de pesquisas. “Esse índice não é algo zen, que caiu do céu. Ele é baseado na ciência hedônica”, afirmou. Segundo a coordenadora, nos últimos 18 meses, foram publicados no mundo 27.333 artigos sobre o tema felicidade. Essas pesquisas indicaram que pessoas felizes têm sistema imunológico mais forte, maior expectativa de vida, melhor desempenho no trabalho, mais autoestima e até conseguem ganhar mais. “Dinheiro não traz felicidade, mas felicidade traz dinheiro”, ressaltou a coordenadora, bem-humorada. Susan Andrews veio à capital goiana para assinar um convênio com a Prefeitura, que deverá implantar, em 2011, um projeto piloto do FIB no Bairro Boa Vista. Segundo Joelma Cristina Gomes, da Assessoria de Promoção de Políticas para Igualdade Racial e coordenadora do GP da Paz da Prefeitura de Goiânia, o convênio com o FIB ainda não foi firmado porque ainda deve passar por uma análise da procuradoria. A elaboração do FIB é feita com base em um questionário. No entanto, sua pretensão é ser mais do que um indicador: seus objetivos são implantar mudanças, mobilizar a sociedade em prol do bem-estar coletivo e do desenvolvimento sustentável. “O FIB começa como um indicador, mas o questionário é a plataforma de lançamento para as discussões coletivas e para os esforços articulados, por meio de uma política governamental oficial ‘de cima para baixo’ e de uma mobilização social ‘de baixo para cima’”,  ressaltou a coordenadora Susan Andrews. Segundo ela, o FIB também propõe uma conscientização das lideranças locais para a formação de parcerias entre os principais setores da sociedade, visando ao bem-estar de todos.

FIB x PIB – O Produto Interno Bruto (PIB) é usado desde a Segunda Guerra Mundial como indicador de tudo o que é produzido no país em termos de bens e serviços. O FIB não pretende substituir o PIB como medida de progresso de uma nação, mas, sim, complementá-lo. “Precisamos de novas métricas, porque o PIB não mede os fatores que realmente fazem a vida valer a pena. E essa nova métrica é o FIB”, declarou Susan Andrews. O novo índice propõe uma interação entre as várias dimensões da vida humana e tem nove parâmetros de medição: bem-estar psicológico, saúde, uso do tempo, vitalidade comunitária, educação, meio ambiente, cultura, padrão de vida e governança. Segundo a coordenadora do FIB, levando em conta todas essas dimensões, uma sociedade poderá almejar um progresso sustentável. Para Susan Andrews, foi o ex-senador norte-americano Robert F. Kennedy quem melhor expressou as deficiências do PIB, que é hoje o principal indicador mundial de progresso e tem sido alvo de diversas críticas, principalmente por não computar fatores que afetam o bem-estar da sociedade e a sustentabilidade do meio ambiente. “O PIB inclui poluição atmosférica e as ambulâncias para uma tragédia; trancas especiais para nossas portas e prisões para as pessoas que as quebram. Inclui a destruição das nossas florestas e a morte dos nossos lagos. Cresce com a produção de mísseis e ogivas nucleares. Não inclui a saúde das nossas famílias, a qualidade da educação das nossas crianças ou a alegria das suas brincadeiras. É indiferente à segurança das nossas ruas. Não inclui, tampouco, a beleza da nossa arte, a estabilidade dos nossos casamentos nem a integridade dos nossos governantes. Mede tudo, em suma, exceto aquilo que faz a vida valer a pena’.

Fonte: JORNAL UFG / MARÇO 2011





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